Editorial

Meio milhão de novos empregos

Como tradicionalmente ocorre ao final de cada mês, o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgou ontem os dados do mês anterior, março. E o balanço foi positivo. Nos primeiros três meses do ano, o Brasil contou com a abertura de 526.173 novos postos de trabalho com carteira assinada, resultado de 2.168.418 admissões e 1.973.247 desligamentos no período. Deste saldo, 195.171 empregos foram em março. Mais detalhes sobre o resultado, inclusive com números locais, podem ser conferidos em reportagem na página 7 desta edição.

Resultados positivos, indicando criação de novas oportunidades no mercado de trabalho, são sempre motivos de celebração. Sobretudo empregos formais, com os quais os trabalhadores podem contar com a proteção da legislação trabalhista em tempos de pejotização.

No entanto, como se diz popularmente, muitas vezes há duas formas de enxergar o copo: meio cheio ou meio vazio. Sob a ótica otimista, os mais de meio milhão de empregos têm um bom sinal positivo adicional que é a aceleração de março em relação ao mesmo período do ano passado. Agora em 2023, o terceiro mês do ano ficou com um saldo que é praticamente o dobro de 2022, um indicativo de aquecimento após dois meses iniciais com desempenhos inferiores. Já sob uma visão mais pessimista (ou menos confiante), apesar do saldo positivo do trimestre, ele é inferior aos primeiros 90 dias do ano passado, quando foram contabilizadas 619.318 novas oportunidades de trabalho.

Seja como for, desacelerando (pela fotografia panorâmica) ou pegando tração (pelo retrato dos últimos 30 dias), o alento é de que algum clima de normalidade e retomada vem se confirmando no País, independente de qual o governo de plantão. Já vinha sendo assim em 2022, sob Bolsonaro (PL), mesmo com o clima de instabilidade política gerado pelos embates eleitorais, e assim continua em 2023, sob Lula (PT), apesar de um início de governo turbulento também na política, com tentativa de golpe em 8 de janeiro e ferrenha oposição dentro do Congresso Nacional e alguns setores da economia.

Embora ações e projetos governamentais sejam essenciais e grandes impulsionadores da economia, para cima ou para baixo, os resultados do Caged não deixam de indicar que, com um mínimo de normalidade e estabilidade, empresas e trabalhadores ainda conseguem fazer a roda girar. Melhor seria se governos, parlamentares e tantos personagens que insistem em tumultuar o ambiente também fizessem força nessa mesma direção. Já pensou qual seria a situação econômica e social de milhões de cidadãos que ainda buscam trabalho ou oportunidades de melhor remuneração?

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